Quero agradecer a presença de todos no II Encontrão MORHAN dos Filhos Separados pelo Isolamento Compulsório.
O objetivo era efetivamente nos reunirmos e cobrar as autoridades presentes, a nossa indenização e isso foi feito efetivamente durante todo o tempo em que permaneceram na mesa de autoridades.
O Deputado Federal Nilmário Miranda disponibilizou o melhor discurso, a melhor representatividade de nosso sentimento e finalizamos com propostas de continuidade na luta, mas com respostas e certezas de que 2013 será o nosso ano.
Convidamos via ofício, mais de 40 autoridades. Como diz Artur Custódio, quem não foi é porque não tinha o que dizer e não iria se expor à nossa representatividade.
Porém, a Ministra dos Direitos Humanos da Presidência da República, nos enviou o seu maior representante e isso demonstra que não nos esqueceram e que estão trabalhando em nossa questão.
Seguimos em frente agora.
As fotos começam a surgir agora e as postarei durante a semana.
O que precisa ficar bem claro para todos nós é que a UNIÃO está nos levando à VITÓRIA!!
E isso ficou bem claro neste dia 21 de abril.
Deus abençoe a todos!!
Publico abaixo, a minha fala de boas vindas.II Encontrão MORHAN dos Filhos Separados pelo Isolamento
Compulsório
Removemos, dia a
dia, as pedras do nosso caminho.
Com lágrimas,
cansaço, dor... Mas estamos aqui.
A hanseníase que
atingiu nossos pais biológicos, causando separação, medo e abandono, não poderá
ter existido sem que Deus tivesse, para isso, um grande propósito!
Porque Deus, seja
Ele da forma como cada um O vê, O ama, O segue, tem para cada filho seu, muitas
promessas de vida e vida em abundância.... Está escrito. E está escrito que
Jesus estendeu as mãos para os caídos, deixando o exemplo simples e sincero de
amor incondicional. Tão simples e tão difícil de praticar, mas necessário. O
sacrifício pessoal, o foco direto em nossos objetivos ergue a Deus uma oração
incontestável.
Éramos ossos fracos,
caídos, espalhados.... Éramos.
No momento que
reunimos força e dedicação com o MORHAN, para concretizarmos nosso objetivo,
que é a reparação moral e financeira pelos erros absurdos que cometeram com
nossas famílias no passado, abandonando milhares de crianças em preventórios;
outras foram deixadas para trás, com famílias desconhecidas, adoções
irregulares, alguns vendidos para outros países, criados por parentes que não
os queriam sem passado e, portanto dificilmente sem presente ou muito menos
futuro, estamos criando uma maravilhosa rede do bem, para que fatos assim
jamais possam acontecer novamente.
E aí está o
propósito de Deus! Fomos separados porque estávamos escolhidos.
Escolhidos para
lutar, buscar justiça, mostrar caminhos que possam se transformar em grandes
projetos sociais, que venham agir positivamente na vida de cada cidadão
brasileiro, de cada ser humano no mundo.
Somos duas ou três
gerações de pessoas que foram simplesmente esquecidas. Mas durante todo o
esquecimento sobre nossas vidas, estivemos presentes por meio de nossos
impostos, voto, trabalho, formação de novas famílias. Muitos de nós colocaram
filhos no mundo sem poder dizer a eles quem foram seus avós. Muitos também
estudaram, se tornaram cidadãos atuantes, escondendo o peso de um preconceito
que machuca até hoje e que dificilmente será abrandado um dia se por acaso
optarmos por desistir de lutar. Mas creio, isso é improvável. Se estamos aqui
hoje é porque estamos prontos para requerer o que é nosso e o que é nosso não é
pedido: é cumprimento.
Não há justificativa
que explique o caos eterno que cometeram em nossas vidas.
Agora, com um
Governo Federal atuante desde Lula, que veio para fazer a diferença e mudar a
história da pobreza e da injustiça neste país, a esperança começou a brilhar no
fundo de nossos túneis. Primeiro, repararam nossos pais por meio da Lei 11.520.
Com a Presidenta
Dilma, um compromisso foi assinado ao término de sua campanha lá em Minas
Gerais e sabemos que ela permanece atenta à nossa questão.
E permanece atenta
porque foi injustiçada no passado também e ela, assim como tantos outros da
época da Ditadura Militar, foram justamente indenizados.
A Presidenta Dilma é
mãe, é avó e sabe o peso da dor das milhares de mães que foram obrigadas a
parir seus filhos e vê-los enrolados em paninhos simples, seguirem em cestas
para lugares desconhecidos.
Todos aqui presentes
tem ou tiveram mães. Pensem nelas um segundo... eu aguardo.
Pensaram?
O que sentiram?
Muitos de nós,
durante este segundo de reflexão, não podem sentir nada porque nunca conheceram
suas mães. Eu mesma não conheci a minha. Nada senti então.
E finalizando,
porque palavras seguem o rumo do vento, eu pergunto: o que falta para o Governo
Federal fazer justiça e nos indenizar? Qual é o papel, o número, a história que
está faltando, para justificar nossa reparação? Seja o documento que for, digam
hoje e o terão amanhã mesmo. Como eu disse, estamos aqui pra lutar. Norteiem
qual é a batalha, que iremos para vencer.
Viemos aqui hoje,
para ouvir das autoridades, respostas.
Sabemos e
agradecemos a sensibilização deste Governo com a nossa questão.
Mas temos pressa.
E temos pressa
porque governos vem e vão...
Nós, continuamos.
Deus abençoe a todos
e obrigada!
Teresa Oliveira
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