terça-feira, 25 de janeiro de 2011


PIRAPITINGUI – Itu/SP [ 22/01 ]

Cemitério de hospital está abandonado

 

Irmãos e amigos do blog:

Assim que o Isolamento Compulsório terminou, tudo que envolve aquele período está abandonado em diversas partes do Brasil.

Nosso irmão Amarildo, o Boca, nos enviou esta denúncia, inconformado com o abandono que presencia no Pirapitingui.

O abandono do cemitério já uma questão de saúde pública.

Como resolver? Por que o Governo Estadual de São Paulo não toma providências?

Com amor pleno

Teresa Oliveira

Notícia publicada na edição de 22/01/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 8 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.


  • Luiz Setti B
  • a parte dos túmulos do pequeno cemitério foi violada por ladrões
O cemitério São José fica nas dependências do Hospital Dr. Francisco Ribeiro Arantes, também conhecido como hospital-colônia Pirapitingui, uma colônia situada em Itu onde vivem parentes de ex-portadores de hanseníase. O local onde estão enterrados os mortos retrata um estado de abandono, com túmulos quebrados, sepulturas violadas, ossos de pessoas enterradas à mostra e o mato alto.
A área total da colônia corresponde a 80 alqueires e pertence ao governo de São Paulo. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Saúde do Estado, uma sindicância será instaurada para apurar o caso. O profissional de logística Amarildo Assis Ferreira, 45 anos, convive com esse clima de abandono ao visitar os pais sepultados no cemitério São José. O túmulo está deteriorado, o acesso dificultado pelo mato e assim fica difícil de até identificar o local onde eles estão enterrados, comenta. Ferreira conta que os seus pais eram portadores de hanseníase e trabalharam por vários anos no hospital. Afonso Assis Ferreira morreu em 9 de fevereiro de 1979 e desempenhava as funções na cozinha e no almoxarifado. A sua esposa, Eurides Barbieri Ferreira, faleceu em 70 e foi faxineira na colônia. Agora os restos mortais deles ficam praticamente expostos porque não há segurança e as pessoas furtam tudo o que encontram pela frente, diz o profissional de logística.
Para chegar ao cemitério é preciso passar pela portaria principal do hospital. Não há cancela. Funcionários ficam na portaria e observam a entrada e saída de pessoas sem pedir qualquer tipo de documentação.
A entrada do cemitério fica fechada. O que impede a passagem das pessoas é um portão de madeira vazado, trancado por uma corrente e cadeado. Mas, com um mínimo esforço, é possível vencê-lo e chegar ao interior do terreno.
Um funcionário público que trabalha na colônia há 34 anos, lamenta o estado atual do cemitério. Até o fim da década de 80 as pessoas que moravam aqui tinham o cuidado de manter o local em ordem, mas infelizmente agora não tem mais isso, diz.
Esse funcionário também possui uma ligação mais forte com o cemitério São José. Próximo à entrada está enterrada a sua mãe, morta há três anos e ex-portadora de hanseníase.
Segundo informações da Secretaria do Estado, existe um projeto de transferir toda a área da colônia - inclusive o cemitério - para a Prefeitura de Itu. A ideia é transformar o local em um bairro, que fica localizado à rodovia Waldomiro Correa Camargo e próximo à divisa com Sorocaba. Atualmente vivem naquela área aproximadamente 170 pessoas.
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Um comentário:

  1. Olá, meu nome e Daniela, minha avó ficou um tempo no sanatório de Pirapitingui, na década de 40. Estou fazendo uma pesquisa para escrever uma peça de teatro a respeito do assunto. Assunto muito importante na nossa história, porém conhecido por poucos. Se alguém puder me dar informações, histórias de pessoas que estiveram por lá, ficarei eternamente grátis.

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